Thursday, January 22, 2009

O Sétimo Mundo

O fim do mundo do fim. A fase do “fim” já acabou - é altura de começar…iniciar, construir. Começar a escrever um novo livro e quem sabe, com tantos volumes, que irei mesmo criar uma biblioteca. O presente surge como uma resposta a todas as dúvidas do passado e a perspectiva de futuro nunca foi tão nítida. Estão a decorrer 28 anos da minha existência…foram 28 anos, no mínimo, atribulados! Muitas expectativas, muitas desilusões…muito sofrimento, angústia e acima de tudo muita ansiedade e revolta. Sinto orgulho da minha aprendizagem e da minha luta pessoal. O percurso que escolhi até aqui pode não ter sido o mais brilhante, mas trouxe-me onde estou agora e só por isso, torna-se no mais acertado.
Procurei durante muito tempo algo que não existia. Tive dificuldade em aceitar que a minha “realidade” não tinha lugar neste mundo…Vivi em mundos paralelos onde cada contacto com o mundo real era um choque doloroso. Valorizei demasiado os sonhos e as expectativas e fugi constantemente ao confronto.
Estou a entrar na fase “lúcida” da minha existência. As respostas foram aparecendo, aprendi a valorizar as pequenas coisas da vida e aprendi a viver com as minhas limitações. Sim, não vou conseguir mudar o mundo… nem sequer a Cela! Mas consegui mudar o meu mundo e sei que vou ser feliz nele, com quem dele faz parte.
Posso não conseguir contribuir para melhorar a vida de todas as crianças que existem, mas pelo menos por uma irei lutar e dedicar a minha existência. Finalmente aceito a minha impotência nesta imensidão de universo e estou pronta para me entregar e dedicar a uma realidade mais próxima – a minha!
Obrigado a todos que participaram neste percurso, bom ou mau, foi importante.
Obrigado principalmente a quem participa hoje na história da minha vida, a quem me ouve e me aceita como sou. Quero que daqui a 73 anos ainda figurem nas páginas do meu livro… Obrigado a quem me ajuda, todos os dias, a criar novas imagens de um futuro doce e sereno e a lutar para que se concretize.

“O tempo não sabe nada, o tempo não tem razão
O tempo nunca existiu, o tempo é nossa invenção
Se abandonarmos as horas não nos sentimos sós
Meu amor, o tempo somos nós”

Jorge Palma

Monday, January 12, 2009

O Sexto Mundo

O mundo da serenidade e da paz interior é dos mundos mais frágeis e ao mesmo tempo dos mais desejados. É um mundo que morre, renasce e sofre constantes mutações. Quando pensamos atingir o estado “zen” eis que o “cosmos” nos desafia com mais um abanão.
A realidade nunca é como sonhamos… Nada é perfeito como desejaríamos: nem as situações, nem as relações, muito menos as pessoas…Quando nos deparamos com realidades “não desejadas” a primeira reacção é de pânico! Como reagir quando interferem nos nossos planos e projecções? Atormentam a nossa confiança e agitam como um mar revolto a tranquilidade do nosso interior? Instala-se o caos mental. A busca por respostas imediatas torna-se uma obsessão. Repor a estabilidade e a serenidade é uma necessidade absoluta e prioritária. A ideia que parece luzir com mais intensidade é a de isolamento e de fuga, para que nada mais possa ameaçar o que nos é tão valioso e assim proteger a fragilidade de que é feita a estabilidade. Mas será essa a solução? Nada é linear…há sempre obstáculos, desilusões…as linhas rectas são abstracções no mundo das emoções.
Talvez seja positivo, apesar de por vezes doloroso, enfrentar e aceitar o que o “cosmos” nos envia. Nada é por acaso…Aprender e evoluir é o que nos caracteriza como seres humanos e é o que nos distingue uns dos outros. Eu quero aprender e evoluir e estou disposta a enfrentar todos os obstáculos e superar todas as desilusões, tornar-me numa melhor pessoa e adaptar-me aos imprevistos do dia a dia sem perder a magia do sorriso…sem perder a alegria de acordar, ver o céu e sentir-me grata por tudo o que tenho e sinto. Aceito o desafio do “cosmos” e quero viver! É o “hoje” que importa: o presente é tudo o que temos, o passado é um desperdício de energia e o futuro é uma utopia. A serenidade pode ser testada, abanada, quebrada, até desaparecer por momentos…Eu vou aprender a recuperá-la! Sempre! Desde que os sentimentos (a verdadeira base do meu ser) não sejam destruídos, menosprezados ou desrespeitados … desde que haja partilha e seja sempre tão bom dar como receber…o resto constrói-se, aperfeiçoa-se, molda-se! Eu continuo a acreditar!


We are just a moment in time
A blink of an eye
A dream for the blind
Maybe I always knew
My fragile dreams would be broken...

I should have run... but I stayed!