Tuesday, September 22, 2009

O Décimo Quarto Mundo

O fim do mundo… altruísta. Será mesmo assim? Devemos mesmo ser a prioridade de nós próprios? O que distingue isso do egoísmo? Até que ponto eu pensar primeiro no meu bem-estar, na minha paz de espírito, na minha satisfação…até que ponto isso não é egoísmo? Se o for, então o egoísmo afinal….é positivo? Nesse caso, é estranho que o adjectivo “egoísta” tenha adquirido uma conotação tão negativa….É difícil pensar em mim como egoísta…será que sou? É desmontar todos os meus pressupostos e construir-me outra vez. Porque sim, tenho de admitir, quero ser feliz, quero rodear-me ao máximo de coisas positivas, quero lutar por mim… e no entanto sei que há pessoas no mundo que estão em sofrimento… mas quero ser feliz na mesma….isto é o quê?
Também quero que essas pessoas sejam felizes…penso nisso e tento transmitir sentimentos positivos… isso chega?
È claro que ajudo, contribuo, dou de mim, mas não consigo abdicar totalmente da minha vida para o fazer… É triste e difícil ser realista a este ponto…
Há sempre aquelas pessoas que são excepção…são pessoas que escolhemos para partilhar a nossa existência e, como tal, quando pensamos na nossa felicidade, elas estão inteiramente incluídas. Há casos em que existe mesmo uma relação directa – uma é consequência da outra. Digamos que o bem-estar de quem amamos é uma variável independente nesta análise.
Pensando nesta questão, o altruísmo não faz muito sentido, porque quem dedica a sua vida aos outros é, provavelmente, feliz assim. Logo, está a fazer aquilo que lhe dá prazer. Quando ajudo alguém, isso faz-me sentir bem, preenche-me…estou a ser altruísta por ajudar, ou egoísta por me realizar?
Podemos sempre pensar que se estivermos realmente felizes, fazemos mais alguém feliz…contribuímos para um mundo melhor. Se cada um de nós pensasse em si e tivesse coragem de lutar pela sua vida, pelo que o realiza, sem medo de comentários, desaprovações e represálias… se cada pessoa fosse realmente feliz com as suas opções, certamente esta sociedade era mais funcional, pelo menos não existiriam frustrados a tentar arruinar a vida alheia… chegaríamos à velha teoria em que a satisfação individual é um bem comum.
Talvez seja esse mundo ideal! Cada um ser a prioridade de si mesmo…
Seja como for, o respeito pelo próximo é sem dúvida essencial. Como é óbvio não equaciono, muito menos comento, a atitude de menosprezar e passar por cima dos outros para se obter o que quer que seja…não é disso que se trata. Todo este processo de “questionamento” mantém os limites bem distintos entre “pseudo-egoísmo” e ruindade.


"THE Starlight
I will be chasing a starlight
Until the end of my life
I don't know if it's worth it anymore..."