O fim do mundo do medo…um dos elementos mais presentes na nossa vida. Será o medo um elemento encorajador, no sentido de “se tenho medo que isto aconteça então vou-me precaver e agir com consciência”, ou será um elemento inibidor do género “se tenho medo da consequência de determinada acção, então não a pratico”. Sendo impossível contornar a sua existência, resta procurar o ponto de equilíbrio que nos permita coexistir com um sentimento tão poderoso. A meu ver existem três tipos de medo: o medo racional, que é legítimo, e em geral de resolução rápida como por exemplo ser abordado por um assaltante e sentir medo de que para além da carteira, levem algo mais importante e insubstituível…. (no mínimo a saúde!), o medo de ser atropelado quando um carro vem na nossa direcção…são situações reais e momentâneas onde se justifica inteiramente sentir o coração a bater mais depressa, subir o nível de ansiedade e agir de acordo com o grau do sentimento sofrido. Contudo, e apresar da sua legitimidade, será um medo menos racional quando, por ocorrerem determinados casos isolados, se criam traumas e generalizações que imobilizem a acção contribuindo para o desenvolvimento de um estado de ansiedade que irá interferir no dia a dia de quem os sofre. Pode parecer muito geral este ponto de vista, mas a verdade é que na maioria da vivência de cada um, existem medos que se tornam verdadeiros castradores da paz de espírito. Este segundo tipo de medo será menos racional, menos imediato e caso não seja travado, poderá mesmo tornar-se num trauma ou fobia crónica. A solução passa por tentar identificar a fonte destes medos e enfrentá-los desmistificando a sua permanência.
Por último, reconheço também o medo “emocional”: completamente abstracto, alimentado pelo nosso “ego”, cuja origem e o motivo são tão diversificados quanto o número de seres humanos existentes (cada um tem o seu). Os mais comuns serão talvez o medo de decepcionar quem gostamos, medo de ser injusto, medo de ser ingénuo, medo de magoar, medo de ser magoado, medo de ser esquecido, medo de perder o que se tem, medo de não conseguir o que se deseja… basicamente, medo de sentir!
Com medo de sentir, seja o que for, não usufruímos nem de um terço da magia que é a vida. Com medo de sofrer, adoptamos uma postura defensiva e fechamo-nos quer a nós próprios quer aos outros. Esse sentimento arrasta-se para uma frustração provocada por relacionamentos pessoais e sociais condicionados. Podemos então concluir que, ao alimentar o medo de sofrer, sofre-se na mesma. Logo, já que acabaremos por sofrer de algum modo, pelo menos que permitamos a nós próprios ter alguns momentos de felicidade, sem receios e condicionamentos. Se depois a consequência dessa felicidade momentânea for o sofrimento, cá estaremos – sem medo!
Será assim tão impossível e insano, entregarmo-nos completamente à vida e viver sem medo do amanhã? Posso dizer que, quando o fiz e pesando as consequências das minhas opções, compensa de longe arriscar sem medo! Depois…logo se vê! Mas os momentos de felicidade e realização pessoal ninguém os tira!
Tudo o resto que se receia: fantasmas, demónios, ..., deixo o comentário abaixo!
"Watching horror films the night beforeDebating witches and folkloreThe unknown troubles on your mindMaybe your mind is playing tricksYou sense, and suddenly eyes fixOn dancing shadows from behindFear of the dark, fear of the darkI have constant fear that something's always nearFear of the dark, fear of the darkI have a phobia that someone's always thereWhen I'm walking a dark roadI am the man who walks alone"Iron Maiden